Crise? Ela não pode estar na sua cabeça! por Villa Editores


"Você liga a televisão e é exposto a um turbilhão de notícias de arrepiar o cabelo. É desemprego, alta do dólar, crimes de corrupção, a economia de mal a pior e uma infinidade de análises que desanimam os mais otimistas. Mas, é certo deixar tudo isso influenciar a sua vida? É certo se acuar e esperar para ver o que vai acontecer?" 

                                                                                 

                                                                                                                                                                               Gustavo Oliveira


Conversamos com Gustavo Oliveira, palestrante e autor de mais de 20 cursos, ministrados no mundo, em prol da alta performance, qualidade de vida e do foco de empresários, atletas e pessoas que queiram ter uma vida equilibrada e com resultados. Pessoas que desejam blindar seu crescimento, sem se alienar, contra os malefícios de notícias e cenários que tendem levar qualquer um ao pânico quando o tema é crise.

O que é a crise para você?
Crise é um estado emocional das pessoas. Existem, de fato, algumas coisas acontecendo no mercado nacional, o caso da Petrobrás, por exemplo, ou a crise política. Mas, se todo mundo fica pessimista, é como uma bola de neve, que vai aumentando, aumentando, aumentando e contamina o cenário. É aquele efeito que todo mundo já sabe, coisa boa contamina pouco, mas coisa ruim, é impressionante, contamina muito mais. A imprensa e o boca a boca acabam criando um clima de pessimismo e elevam o problema a níveis muito mais altos do que ele poderia ser encarado. Isso gera medo nas pessoas, que começam a tirar o pé do acelerador, param tudo que estavam fazendo e aí se instala a crise. Que existe, de fato, mas acaba por ficar muito pior do que seria.

Se conseguirmos ter um pensamento positivo, otimista e procurarmos deixar um pouco de lado os excessos de notícias do dia a dia sobre esse tema, você acredita que o cenário mudaria? Não seria uma alienação?
Vejo isso de algumas formas. Uma delas é, não são todas as áreas que estão em crise, isso é um fato. Sempre que tem alguém perdendo dinheiro, tem alguém ganhando. Essa é uma boa reflexão. Imagina, por exemplo, o exército de advogados que está agindo no caso do Petrolão. Tem muito trabalho, deve ser uma fase boa para a profissão. Esses advogados devem estar ganhando dinheiro. Por sua vez, o que eles consomem? Se estão faturando bem, vão consumir, certo? Isso faz com que o mercado gire. Então, sempre que tem um mercado que está estagnado, afundando um pouco, tem outro que vai bem. Essa é uma reflexão importante. Sempre que você se deparar com esse cenário de crise e desespero, olhe direito para o mercado que sempre vai ter um segmento que vai estar em alta. Aí estão as oportunidades. Nada pára por completo. Uma segunda reflexão é um princípio que ensino. É o contentamento, longe de ser alienação e acomodação. Vou explicar usando o exemplo do Aikidô, uma arte marcial que você usa a força do oponente para derrubá-lo, onde, às vezes, uma pessoa muito mais fraca ganha de outra mais forte. Então, vou sofrer com a crise? Vou por oposição, só reclamar, chorar? Ou vou levantar e fazer algo para melhorar? Esse é o princípio do contentamento, ver o que tem de bom em tudo, em todas as fases. Tudo tem um lado bom.

                                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                                             Gustavo Oliveira

 

Dê um exemplo de como enxergar o lado bom.
Uma vez investi em dois negócios. Dei o passo maior que a perna, fiquei com quatro empresas e tive que fazer as duas novas saírem do buraco, pois estavam no vermelho. Dois anos depois, já havia gasto um bom dinheiro, estava super estressado e pensava: “porque que fui me meter nisso?”. Nesse momento, apareceu a oportunidade de vender um dos negócios. Perdi dinheiro nessa transação. E mantive o outro que nunca foi o que esperava. Em uma situação dessas o normal seria sentar e chorar. Mas, procurei ver de outra maneira. Encarei como se tivesse feito um curso de gestão empresarial, gerenciamento de pessoas, de crise e de estresse, de alto nível, que durou dois anos e custou o meu investimento, como se fosse um MBA ou uma pós em administração. A partir daí, utilizei a experiência adquirida, mais a que eu já tinha e criei um curso, que tem tido muito sucesso há três anos. Quer dizer, transformei um problema em solução. Então vale a reflexão: “tem problema, ele existe, mas como posso transformá-lo em solução?”.

Qual a forma de colocar isso em prática?
Primeiro, sair da onda de pessimismo e começar a abrir um leque de percepção. Conversar com as pessoas nesse sentido, ao invés de só cultivar o lado ruim da crise. Só reclamar gera a bola de neve que comentei. A pessoa começa a ficar deprimida e não vai conseguir mais ver saída, soluções. O estresse aumenta e como ele é emocional, tira o indivíduo do eixo. A tendência é tomar decisões equivocadas e o quadro piorar. Por isso, é importante tomar cuidado para não seguir essa linha. Saia fora da caixa. Procure enxergar de fora, sempre existe um caminho bom para todas as situações.

Desde que tomou o caminho do empreendedorismo, teve algum pensamento negativo? Como lidou com eles?
Sim. Os dois primeiros anos da Protega, meus amigos que eram todos funcionários ganhavam mais do que eu, que fechava quase sempre no negativo por ter que sempre investir no negócio. Ali coloquei um limite de corte que eu desistiria, quando chegasse com 10 mil reais no banco. Chegou uma hora repensei se tudo aquilo estava certo. Será que não seria mais fácil desistir e ir para um caminho mais confortável e cômodo? Quando bati 10 mil na conta fechei um contrato enorme com uma empresa de telecom, que me tirou do buraco. E se tivesse desistido um mês antes? Teria jogado fora um sonho. Cheguei à conclusão que o que quer que você queira fazer, vai dar certo. Você tem que se dedicar e saber que as coisas têm o seu tempo para evoluir e nem sempre é o mesmo que você quer.

                                                                                                                                       
                                                                                                                                           Crise. Ela não pode estar em sua cabeça. Imagem: Shutterstock


A tendência das pessoas é de ficarem estagnadas, largarem tudo quando estão em uma fase profissional complicada. Deixam as atividades prazeirosas de lado. Teria alguma blindagem contra isso?
Penso em duas coisas que uso. Primeiro, não acredito em crise. Acredito em observar o cenário atual e procurar a melhor maneira de aproveitar o que ele tem a oferecer. Ter paciência, observar e traçar uma estratégia, sem perder o foco, é importante. Segundo, acho que é importante ter uma atividade pessoal, algo que te ensine a administrar a pressão para que ela não te consuma. Assim, você mantém a linha de raciocínio ativa e não entra no emocional. Se você entra e vive no emocional suas decisões acabam sendo equivocadas. Esses dois lados são importantíssimos. É importante sair das faixas de estresse para conseguir identificar oportunidades.

Existem metodologias para isso?
Ensino administração do estresse, trabalho com isso. Como suplantar às pressões e transformá-las em oportunidades. Exercito isso diariamente através de habilidades e mecanismos. Mas, o ideal é você fazer com que esses métodos façam parte de você e a aplicação deles seja natural. Mas, algo importante é ter a mente aberta para aprender com tudo e com todos, sempre. Tem um ditado que diz: “quem mais aprende é quem mais ensina”.

Se recuar então nunca é solução?
Não, você pega os Estados Unidos, por exemplo. Quando estão em crise a ordem é todo mundo ir para a rua para gastar, isso faz com que a economia gire. Em Portugal, na época que entraram em crise, foi criado um movimento, Renascer Portugal. Promoveram uma serie de eventos, lembrando o vigor da época das conquistas, o valor do povo, o empreendedorismo. Não sei se foi apenas por isso, mas saíram da crise. O Brasil tem um histórico interessante, é um país que foi colonizado e isso tornou a nossa autoestima média muito baixa. Isso reflete nas atitudes. Um brasileiro quando monta uma empresa pensa da seguinte maneira: “se não quebrar em dois anos está bom”. O estadunidense pensa: “vou montar uma empresa para ser a maior do mundo!”. Veja isso, não a maior do bairro, a maior do mundo. Estamos sob a influência da cultura de país colonizado. Todo ser humano é igual, todo mundo tem potencial, o que difere é a cultura, a criação, os paradigmas absorvidos desde pequeno.

Na crise sempre surgem muitas ideias para tentar reverter a situação, mas a maioria não sai do papel. Tem alguma fórmula para que isso aconteça?
Gosto de citar um ditado que diz: “entre uma pessoa muito boa e um gênio só há uma diferença, o gênio coloca em prática as boas ideias”. Os dois têm boas ideias, mas o gênio faz acontecer. Ele pega uma ideia e foca nela. Quando vem alguém, cheio de ideias, contá-las para mim, pergunto: “qual delas você vai colocar em prática?”. A pessoa pode ter muitas ideias, mas tem que escolher uma e colocá-la em prática. Depois que essa der certo, pode começar a colocar as outras também. Essa é a diferença entre homens e meninos. A maioria não vai colocar as ideias para funcionar. Mas, o que coloca, esse tem futuro, uma veia de sucesso, de empreendedorismo, é uma pessoa que vai andar sozinha.

O Brasil é o celeiro do mundo, o que você acha dessa frase?
Cresci ouvindo isso. Mas, a cada ano que passa nos decepcionamos mais nesse modelo mental que foi criado. Eu acredito em trabalho sério, planejamento e estratégia. Ser o país do futuro é só uma consequência natural disso. Acho que faz mais sentido esquecer essa história de celeiro do mundo e focar em trabalho sério, com planejamento.

Você consegue definir características de pessoas de sucesso?
Têm muitas. Tenho um curso que se chama: “10 Atitudes para Alta Performance” , ele fala disso. Uma delas é o foco. Tem que ser total, alucinado, maluco e neurótico no objetivo que você quer. Porque quem pula de galho em galho não chega a lugar algum. Motivação pessoal é outra boa característica. Atitude do efeito cumulativo, ou seja, aquele grão que você coloca todo dia para construir o seu castelo. Quer dizer, a constância é importante. Tem aquele ditado: “o sucesso da noite para o dia acontece entre 10 a 15 anos”. Outra é o contentamento, a arte de ver o lado positivo em uma crise é um exemplo. Mais uma é a capacidade de autossuperação constante, em tudo que você faz. Não sossegar, ser um positivamente insatisfeito. Criar arquétipos do que se quer, projetar e executar. Administrar as emoções e pensamentos é uma das principais. Cultive isso para que os pensamentos sejam sempre virtuosos e você não entre em um mergulho suicida.

Fale sobre os seus cursos.
São algo em torno de 20 cursos. Dois se destacam mais. O Método de Alta Performance, com treinamentos de ação emocional e mental para você se estruturar para a conquista da alta performance na sua área de atuação. O outro é um curso consultoria, o “Life Planing”, que permite a pessoa a fazer um planejamento de vida. A maioria das pessoas não pára para pensar nisso. Esse é um curso individual, que pode ser feito, inclusive, por Skype. Tenho ministrado eles pelo mundo todo. Por várias cidades do Brasil, em Nova Iorque, em Santiago, no Chile, em Paris, no Porto, em Portugal e por aí vai. Graças a Deus têm sido um sucesso.

                                                                                                                                                     

                                                                                                                                                                Gustavo Oliveira

 

Para finalizar, se a pessoa está meio para baixo, perdido na vida, o que você diria?
O momento de crise é o momento de maior oportunidade. É onde as novas ondas se iniciam. Enquanto todos surfam nas ondas de crescimento, você é só mais um. Mas, quando se está em crise, você pode criar algo que nem existe e ter sucesso e crescer. São os melhores momentos para ascensão social, mudanças de patamar. Aproveite!

 

http://revistavillamarianna.com.br/edicao-53/crise-ela-nao-pode-estar-na-sua-cabeca/



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